terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

medal of honor european assault


Vindo directamente do mundo das consolas, a série dos Medal of Honor desembarca finalmente para PC. A empresa 2015 encarregou-se do desenvolvimento e, perante à qualidade dos dois episódios na PlayStation, só poderíamos esperar um excelente jogo. Aqui estamos, mais uma vez prontos, para estragar os planos maquiavélicos dos nazis, mas desta vez sem monstros de três cabeças (Wolfenstein).
Nos últimos tempos, a Segunda Guerra Mundial está no auge nos doom-likes para PC e, mesmo se esta coincidência pode parecer suspeita, facilita de qualquer modo as comparações. Já bem conhecido nas consolas, a série dos Medal of Honor aposta sobre um forte realismo, nas situações, equipamento e acções do jogador. Menos armas, nenhum monstro e inimigos historicamente realistas.
Não se ganha a guerra sozinho

A história de Medal of Honor : Allied Assault começa em plena Segunda Guerra Mundial. O tenente Mike Powell, membro do 1º batalhão dos Rangers do tio Sam, foi enviado com alguns dos seus colegas para libertar a vila de Arzew na África do Norte, primeira etapa destinada em limpar este continente da ameaça nazi. Evidentemente, uma vez a missão comprida, rapidamente os superiores do Mike dão-se conta do seu verdadeiro valor e irão enviá-lo um pouco para todo o lado, para ajudar as forças de libertação nos momentos mais críticos das suas operações. Mike irá participar igualmente no desembarco nas praias da Normandia de 6 de Junho 1944. Mas atenção que ele não está sozinho, numerosos soldados irão ajuda-lo, e não de uma maneira passiva mas participando em toda a acção.
A grande força deste título, é deste propor combates, assaltos a vilas, defender edifícios e isto tudo com o apoio dos teus camaradas. Assim, o assalto de Arzew faz-se com meia-dúzia de soldados e o nosso herói deve respeitar as ordens do seu superior. Acabou o justiceiro solitário que faz tudo sozinho: a maior parte das missões fazem-se acompanhar por vários soldados (pelo menos no início, visto que muitas vezes és o último sobrevivente) e com a verdadeira impressão de fazer parte de uma equipa. Sentimos mesmo um aperto no coração quando um deles é morto, mas a missão continua apesar de tudo e temos de deixar para traz o seu cadáver quando o futuro do mundo está em jogo. Evidentemente, se se tratava de um soldado indispensável para acabar a missão, somos quase obrigados a recomeçar, mas isto é raro. Estas personagens indispensáveis são aliás controlados por uma inteligência artificial de qualidade e lutam como os outros evitando actos estúpidos, o que é útil para acabar as missões sem as repetir umas 30 vezes, como acontece com outros títulos. Os inimigos beneficiam igualmente de um IA avançado e, mesmo se por vezes agem de uma maneira um pouco estúpida, possuem no conjunto um cérebro que funciona bem. Escondem-se quando ouvem o som de uma granada, deitam-se para atirar e toda uma série de acções e reacções, o que os tornam previsíveis após várias horas de jogo. Só critico, os seus dons de atiradores de elite, demasiado perfeitos: nunca incomodados pelos obstáculos visuais (árvores ou fumo) e é por vezes chato levar com balas sem saber de onde vieram.
Atmosfera...

Para nos fazer viajar, os programadores preveram todo o tipo de peripécias, para matar a monotonia. Matar nazis não é o principal objectivo de Medal of Honor : Allied Assault. Aqui convém destruir as antiaéreas, tanques, subtilizar um protótipo de espingarda alemã, infiltrar-se numa base sob uma falsa identidade ou ainda, simplesmente sobreviver ao desembarque. Esta grande diversidade no gameplay (pilotamos carros de assalto, controlamos uma metralhadora montada num jeep ou brincar ao sniper para proteger os camaradas,...) é verdadeiramente benéfico, permitindo variar as experiências e nunca cair em repetições. Estas diferentes tarefas, por vezes ingratas, colocam-nos permanentemente sob pressão, e a intensidade do jogo é assim crescente. Enfim, não temos tempo para nos aborrecer. O único problema desta campanha a solo é que acaba em algumas horas apenas, mais ou menos umas quinze. As duas dezenas de missões fazem-se em poucos dias o que é pena. No entanto, a sua dificuldade irá colocar numerosos problemas para a maior parte dos jogadores: Medal of Honor : Allied Assault não é um jogo fácil e algumas passagens (a vila de snipers e o desembarque, por exemplo) vão certamente fazer babar os jogadores menos experientes.
Mas como não ficar viciado por um tal ambiente? O trabalho dos programadores foi focalizado sobre o realismo e francamente, sente-se. As armas são pouco numerosas: Três espingardas diferentes (entres elas uma de sniper), uma pistola e granadas. Os inimigos também não variam muito nas armas, o que mantém assim um bom equilibrio. O ambiente pelo contrário, varia muito e nenhuma missão ocorre numa paisagem já encontrada. O caminho no interior dos mapas, predeterminado, não é no entanto completamente linear e podemos assim passear nas vilas devastadas, entrar por uma porta e sair pela janela ou ainda passear numa base alemã como se nada fosse. A arquitectura dos níveis está verdadeiramente conseguida e acreditamos fortemente que estamos a andar nos bosques da Normandia ou nas planícies da Noruega, tanta é a precisão da reconstituição, é remarcável. O todo é menos grandioso do que em
Wolfenstein e não temos direito à imensidão dos castelos ou aos gigantesco complexos militares, mas o tamanho dos mapas é todavia boa e a modelação exemplar.
A força de Medal of Honor : Allied Assault não reside nos sítios propriamente ditos, mas sobretudo na vida que emana destas ruínas. Edifícios que se desmoronam, um barco que explode, aviões que se despenham ou um tanque que destrói parte de uma vila. A este nível, a missão de desembarque é simplesmente fabulosa. As balas assobiam por todo o lado, a areia e a água são consteladas de impactos, os soldados morrem como moscas com a chuva de obus que cai, é alucinante. É aliás uma das missões mais difíceis do jogo: nas primeiras tentativa, nem conseguimos sair da água.
O desembarque, é melhor à dois

Este título está reforçado por uma excelente qualidade gráfica. Baseado sobre o motor de Quake III Arena, Medal of Honor, apresenta ambientes vastos e bem detalhados com uma grande fluidez, isto se a máquina conseguir apanhar o andamento. Neste ponto de visto, o jogo é bastante guloso e é necessário um muito bom PC para correr o jogo com todas as opções no máximo. Aqueles que tem uma máquina mais fraca, podem sempre sacrificar umas opções gráficas. As texturas do jogo são bem escolhidas, a modelação das diferentes personagens é bastante complexas o que torna estes bem definidos.
Dotado de um painel de armas muito mais fraco e de uma campanha solo muito mais trabalhado do que o seu
concorrente directo. O modo multiplayer, irá convencer ou desapontar segundo os gostos de cada um. Os modos de jogo em multiplayer são poucos: deathmatch (sozinho ou em equipas), partidas por round ou por objectivos, onde este último retoma às do solo, o que dá assim a possibilidade de viver o desembarco entre amigos. É sempre delicado julgar um modo multiplayer, de tanto aleatórios são as razões do sucesso de um título neste domínio.
Conclusão
Este primeiro Medal of Honor para PC chega sem obstáculos ao nível dos seus predecessores em consolas e impor-se como um dos melhor doom-likes. A campanha solo, um pouco curta, é de uma excepcional qualidade e muito variada, um ambiente excelente (só o desembarco vale a deslocação). Gráficos soberbos, bem que um pouco gulosos, uma inteligência artificial avançada e um multiplayer à altura que vem completar o trabalho.Indispensável? Sem dúvida.

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